O Censo 2022, divulgado pelo IBGE, trouxe à tona uma transformação significativa na estrutura familiar brasileira, mostrando que quase metade dos domicílios é chefiada por mulheres. Em dez estados, incluindo o Rio de Janeiro, essas mulheres já superaram os homens como provedoras. O estudo destaca que muitas delas não apenas sustentam financeiramente suas famílias, mas também assumem sozinhas a responsabilidade pelo cuidado familiar. Essa mudança é um reflexo da crescente participação feminina no mercado de trabalho e da necessidade de adaptação às novas realidades econômicas.
Além do aumento na chefia feminina, o Censo revelou uma mudança nas dinâmicas de moradia, com um número crescente de pessoas optando por viver sozinhas, superando as famílias tradicionais. A pesquisa também registrou um aumento no número de casais homoafetivos e uma queda no percentual de famílias com filhos, com um em cada cinco casais decidindo não ter crianças. Esses dados apontam para uma busca por estilos de vida mais flexíveis e personalizados, além de um reconhecimento das diversas configurações familiares que compõem a sociedade contemporânea.
A transformação social é acompanhada por desafios, como a sobrecarga de trabalho enfrentada por muitas mulheres, que acumulam funções de provedora e cuidadora sem a devida distribuição de responsabilidades. Especialistas apontam que essa realidade pode gerar instabilidade nas famílias, evidenciando a necessidade de uma reavaliação das estruturas sociais e de apoio às mulheres. O Censo 2022, portanto, não apenas documenta mudanças demográficas, mas também convida à reflexão sobre o papel da mulher na sociedade e as condições que permitem ou dificultam seu desenvolvimento pleno.