O Censo Demográfico de 2022, realizado pelo IBGE, mostrou que cerca de um terço dos lares brasileiros chefiados por mulheres, totalizando mais de 10 milhões de residências, são compostos apenas por mães e filhos, sem a presença de um cônjuge. Em contrapartida, os lares liderados por homens em situação semelhante somam apenas 1,16 milhão. Desde 2010, a quantidade de mulheres à frente de domicílios cresceu, alcançando quase 50% dos 72 milhões de lares no país, enquanto a porcentagem de lares chefiados por mulheres sem cônjuge e com filhos se manteve estável, passando de 16,3% em 2010 para 16,5% em 2022.
A análise regional destaca que Sergipe e Amapá possuem a maior proporção de lares chefiados por mulheres com filhos e sem cônjuge, ambos com 33,5%. O Distrito Federal também apresenta uma taxa elevada, com 32,9%. Em contraste, estados como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso registram as menores taxas, variando entre 22,9% e 24,9%. Essa disparidade revela diferentes configurações familiares e sociais ao longo do Brasil, evidenciando as particularidades regionais no que se refere à liderança feminina nos lares.
Além disso, os dados indicam que a estrutura familiar está passando por transformações, refletidas na diminuição do número de filhos nas famílias. Lares onde o responsável é casado, mas não tem filhos, representaram 20,2% do total em 2022, uma queda significativa em relação aos 41,3% de 2010. A redução é mais acentuada nos lares chefiados por homens, que passaram de 19 milhões para 14,3 milhões. Esses resultados sugerem uma mudança nas dinâmicas familiares e nas preferências de estrutura de vida dos brasileiros.