Nesta quarta-feira, 23, os juros futuros no Brasil subiram, impulsionados por uma combinação de fatores internos e externos que geraram preocupações entre os investidores sobre um cenário econômico adverso. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 aumentou para 12,76%, enquanto o DI para janeiro de 2027 foi para 12,96%. Durante o discurso de um diretor do Banco Central, as incertezas sobre a inflação e o mercado de trabalho contribuíram para a deterioração do sentimento do mercado, levando a um aumento nas taxas.
Os alertas sobre a situação fiscal do Brasil também se intensificaram, especialmente após projeções do FMI, que indicam um aumento significativo na dívida pública em relação ao PIB durante o governo atual. Embora haja promessas de corte de gastos por parte dos ministros, a desconfiança prevalece, e a falta de apoio político pode resultar na continuidade de um quadro fiscal desafiador. A agenda de revisão das despesas ficará em espera até o retorno do ministro da Fazenda dos EUA, destacando a complexidade das negociações internas.
Além disso, fatores externos, como o aumento dos yields dos Treasuries e as incertezas relacionadas ao Federal Reserve, pressionaram ainda mais as taxas de juros locais. Embora o dólar tenha conseguido fechar abaixo dos R$ 5,70, a pressão sobre as expectativas inflacionárias permanece alta, com analistas alertando para os riscos que essa taxa de câmbio representa para a inflação interna. O cenário sugere que a continuidade do aumento nas taxas de juros é necessária para controlar a inflação, com uma expectativa de ajustes cautelosos por parte do Comitê de Política Monetária.