O mercado financeiro brasileiro está começando a mostrar sinais de recuperação em relação aos fundos multimercados, embora ainda enfrente desafios. De acordo com Fábio Cepeda, do Cepeda Advogados, investidores de alto nível estão retomando discussões sobre alocação em multimercados, impulsionados por uma maior clareza nas economias local e global. Apesar de incertezas persistentes, as conversas sugerem que grandes investidores estão se preparando para um eventual retorno aos fundos de ações e multimercados, antecipando uma possível mudança de cenário nos próximos anos.
Recentemente, os fundos multimercados apresentaram recuperação, com alguns superando o CDI, mas ainda há uma resistência significativa por parte de investidores de varejo. Em setembro, os multimercados enfrentaram seu primeiro mês de resgate líquido do ano, com retiradas superando os novos investimentos, totalizando R$ 53,8 bilhões. Enquanto isso, grandes gestoras estão ajustando suas operações, com reduções de quadro e mudanças na gestão de riscos, refletindo a cautela do setor diante de um possível cenário de recuperação.
A tendência de investimento em produtos de crédito ainda domina a agenda da indústria, favorecida por incentivos fiscais e pela facilidade operacional das plataformas de investimento. Novas operações de Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs) voltados para pessoas físicas estão em desenvolvimento, mas o ritmo de lançamento é lento devido ao apetite contínuo de funding institucional. A combinação desses fatores destaca a complexidade do cenário atual, em que a adaptação às novas regulamentações também tem influenciado o planejamento das gestoras.