Uma casa de leilões na Inglaterra, localizada em Tetsworth, Oxfordshire, decidiu retirar de um leilão programado mais de duas dúzias de lotes que incluíam restos humanos, após protestos da sociedade. Entre os itens removidos estava uma cabeça encolhida Tsantsa do século 18, que poderia ter sido vendida por valores entre 20.000 e 25.000 libras. Outros itens retirados incluíam crânios ancestrais de diversas regiões, como as Ilhas Salomão e o Congo, o que suscitou uma série de críticas e preocupações sobre a ética da comercialização de tais artefatos.
As críticas ganharam força após um pedido do Ministro-Chefe do estado de Nagaland, na Índia, solicitando que o governo interviesse para impedir o leilão de restos humanos de seu povo. Essa ação foi apoiada por um grupo de organizações que buscam promover a reconciliação entre os diferentes grupos políticos da região, condenando a prática de venda de artefatos que perpetuam a desumanização dos povos indígenas. A situação gerou um debate mais amplo sobre a responsabilidade ética de colecionadores e instituições que lidam com itens de valor cultural e histórico.
Além disso, instituições como o Museu Pitt Rivers, vinculado à Universidade de Oxford, também foram críticas à venda de itens que contêm restos humanos. O museu já havia removido cabeças encolhidas de sua coleção como parte de um esforço de descolonização e reflexão sobre seu legado colonial. Essas ações refletem um movimento crescente para abordar questões éticas em relação à propriedade e exibição de artefatos de culturas indígenas, buscando um tratamento mais respeitoso e consciente em relação ao patrimônio cultural.