Uma carta aberta, assinada por 154 organizações sociais brasileiras, foi entregue à delegação oficial que participará da 16ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP16) em Cali, Colômbia. O documento reúne denúncias sobre processos que afetam a biodiversidade no Brasil e propõe soluções socioambientais justas. Jaqueline Andrade, representante da Articulação Nacional de Agroecologia, enfatiza que a carta resulta de um amplo debate entre diversas entidades, com o objetivo de representar a voz de comunidades tradicionais e movimentos sociais.
Os temas abordados na carta incluem a necessidade de implementar ações alinhadas ao Marco Global da Biodiversidade de Kunming-Montreal, estabelecido em 2022, e medidas que considerem acordos anteriores, como a Convenção sobre Diversidade Biológica de 1992. As recomendações focam na conservação de florestas, solos e oceanos, enfatizando a importância da proteção dos territórios das comunidades que mantêm esses ecossistemas. Andrade ressalta que a conservação da diversidade biológica está intrinsecamente ligada à proteção das terras e culturas das populações locais.
As organizações esperam que a carta contribua para a atualização da Estratégia e Plano de Ação Nacionais para a Biodiversidade (EPANB) no Brasil, refletindo as demandas das comunidades tradicionais e agricultores familiares. A participação em uma escuta pública promovida pelo Ministério do Meio Ambiente antecedeu a elaboração das propostas contidas na carta. As entidades demandam que as metas estabelecidas estejam alinhadas com as reivindicações das populações afetadas, visando um fortalecimento das ações de conservação e uso sustentável dos recursos naturais.