A campanha de Kamala Harris tem sido caracterizada pela notável ausência do presidente Joe Biden, que, desde sua desistência à reeleição, não tem participado ativamente de eventos ao lado da candidata democrata. Enquanto Harris busca se estabelecer como uma nova liderança e distanciar-se da impopularidade de Biden, que possui índices de aprovação em torno de 40%, ela recorre a outros nomes influentes do Partido Democrata, como Bill Clinton e Barack Obama, para galvanizar o apoio popular. Essa estratégia visa reforçar sua imagem como uma agente de mudança, contrastando com o governo Biden.
A retirada de Biden da cena pública durante a campanha levanta questionamentos sobre sua influência e relevância nas disputas eleitorais atuais. Apesar de ter manifestado interesse em acompanhar Harris em turnês pelo país, sua participação foi restrita a encontros com doadores e sindicatos, afastando-o da campanha principal. A situação é reminiscentes de ciclos eleitorais anteriores, onde presidentes em dificuldades optaram por não se associar diretamente a candidatos, uma estratégia que nem sempre se mostra eficaz.
Harris também enfrenta o desafio de dissociar sua imagem da gestão de Biden, especialmente após episódios polêmicos que geraram repercussão negativa. A necessidade de destacar sua própria visão e experiências é fundamental para sua campanha, enquanto Biden, conhecido por seus deslizes verbais, continua sendo visto como um risco para a candidatura. Esse cenário complexifica a dinâmica eleitoral, exigindo que Harris encontre um equilíbrio entre honrar seu passado como vice-presidente e projetar um futuro distinto para sua candidatura.