As campanhas de Donald Trump e Kamala Harris estão concentradas na conquista de votos em estados-pêndulo, essenciais para o resultado das eleições nos Estados Unidos. Ambos os candidatos estão adotando estratégias para se conectar com os trabalhadores e se aproximar dos eleitores religiosos em estados cruciais como Pensilvânia e Geórgia. A análise do especialista Lourival Sant’Anna destaca a importância desses estados e o foco dos candidatos em questões que ressoam com as preocupações dos eleitores.
Uma das táticas controversas de Trump envolve a contestação da afirmação de Harris sobre seu histórico de trabalho em um McDonald’s, o que visa deslegitimar sua imagem de proximidade com os trabalhadores. Sant’Anna compara essa estratégia à campanha de “birtherism” utilizada contra Obama em 2008, sugerindo que o ex-presidente busca criar dúvidas sobre a autenticidade da experiência de sua oponente. O New York Times se referiu a essa nova abordagem de Trump como “birtherism meets burgerism”.
Além disso, a religiosidade de Kamala Harris também se tornou um ponto de tensão na campanha, especialmente após um incidente em um comício. Apesar das críticas, Harris é batista e reconhece a influência da igreja batista afro-americana em sua formação. Sant’Anna ressalta o papel fundamental dessas igrejas na comunidade negra americana, não apenas como centros de fé, mas também como espaços de desenvolvimento cultural e político. A disputa pelo voto negro na Geórgia e pelo voto do colarinho azul na Pensilvânia evidencia a relevância desses estados-pêndulo na definição do próximo presidente dos Estados Unidos.