O candidato à presidência do Uruguai, Yamandú Orsi, da coalizão de centro-esquerda Frente Ampla, se posiciona contra aumentos de impostos, mesmo diante de um déficit fiscal crescente no país. Em sua primeira entrevista à imprensa internacional, Orsi enfatizou a importância de fomentar o crescimento econômico, ao invés de elevar taxas sobre os mais ricos ou empresas, para manter a reputação do Uruguai como um ambiente favorável aos investidores. Ele destacou que, embora o crescimento econômico tenha desacelerado no último ano, há perspectivas de recuperação em 2024.
A economista Maria Dolores Benavente alertou que o déficit em conta corrente do Uruguai se agravou, representando um desafio significativo para qualquer novo governo. Apesar da pressão para implementar reformas estruturais, Orsi rejeitou a ideia de cortar empregos estatais ou aumentar impostos como soluções viáveis. Em vez disso, ele propõe uma abordagem voltada para a inovação, atraindo investimentos e capacitando a força de trabalho.
Orsi também manifestou uma postura cautelosa em relação a um potencial acordo de livre comércio com a China, preferindo priorizar relações comerciais dentro do Mercosul. Ele argumentou que seria imprudente romper com o bloco comercial regional, que inclui países como Brasil e Argentina, mas deixou em aberto a possibilidade de atrair investimentos chineses, destacando a importância da Iniciativa do Cinturão e Rota. Com a saída do atual presidente do cargo, Orsi pretende seguir uma linha política que valorize a integração regional e o desenvolvimento sustentável.