O câncer de mama, embora mais comum em mulheres cisgênero, também pode afetar pessoas transexuais, e a relação entre hormonização e o desenvolvimento da doença é significativa. Luiz Gustavo Oliveira Brito, especialista em ginecologia, destaca que a terapia hormonal utilizada durante a transição de gênero pode modificar os riscos associados ao câncer de mama. Fatores como o uso inadequado de hormônios e a vulnerabilidade social, que muitas vezes afasta essa população dos serviços de saúde, elevam ainda mais a probabilidade de desenvolvimento da doença.
Homens e mulheres transexuais têm diferentes níveis de risco em comparação a homens e mulheres cisgêneros. Embora homens trans tenham menor probabilidade de desenvolver câncer de mama do que mulheres cisgênero, seu risco ainda é maior do que o de homens cis. Já as mulheres trans, ao utilizarem estrogênio, podem experimentar alterações nas mamas que as colocam em uma situação de risco mais próximo ao de mulheres cisgênero. A conscientização sobre essas nuances é crucial, pois muitos indivíduos na transição podem subestimar a importância do acompanhamento regular, acreditando que os riscos são irrelevantes devido à sua identidade de gênero.
Para prevenir o câncer de mama, especialistas recomendam um estilo de vida saudável e a realização de exames de rotina. O diagnóstico precoce é essencial, pois os sintomas iniciais incluem nódulos indolores e alterações na pele e no mamilo. O tratamento do câncer de mama é variável, dependendo de cada caso, e pode incluir mastectomia, quimioterapia e hormonioterapia. A superação de barreiras sociais e de discriminação é fundamental para garantir que pessoas transexuais tenham acesso adequado aos cuidados médicos necessários.