O câncer de mama afeta cerca de 73.610 pessoas anualmente no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Embora a incidência seja maior entre mulheres cisgênero, as pessoas trans também devem estar cientes dos riscos e realizar exames periódicos. Uma pesquisa da Universidade de Amsterdã revelou que mulheres trans apresentam um risco 46 vezes maior para a doença em comparação aos homens cis, principalmente devido ao uso de estrogênio e medicações antiandrogênicas. No entanto, a taxa de incidência em mulheres trans corresponde a aproximadamente 0,5% da observada em mulheres cis.
Além das mulheres trans, homens trans que não se submeteram à mamoplastia também devem ser avaliados para o câncer de mama. O acesso ao diagnóstico precoce continua sendo um desafio, exacerbado pela discriminação e pelo preconceito, que afastam muitos pacientes dos serviços de saúde. O diagnóstico precoce é crucial para o sucesso do tratamento, pois aumenta as chances de intervenções menos agressivas. Profissionais de saúde devem estar cientes da necessidade de um acompanhamento adequado, considerando as especificidades de cada grupo.
As recomendações atuais sugerem que a mamografia seja realizada anualmente a partir dos 40 anos para mulheres trans em terapia hormonal e a cada dois anos para a população geral a partir dos 50 anos. A terapia hormonal supervisionada pode mitigar os riscos, mas muitos pacientes ainda iniciam o tratamento sem orientação médica adequada. É essencial promover informações sobre prevenção do câncer de mama, que incluem evitar tabagismo, álcool, obesidade e sedentarismo, para garantir a saúde da população trans.