A campanha pelo voto útil nas eleições municipais, especialmente em São Paulo, destaca fragilidades significativas nas principais lideranças políticas do país, segundo o especialista Creomar de Souza. Em entrevista, ele apontou que tanto Lula quanto Bolsonaro enfrentam dificuldades em transferir apoio para candidatos que os endossam, revelando uma situação complexa no cenário eleitoral. Com o surgimento de candidatos outsiders, como Marçal, e a postura diferenciada de Tabata Amaral, a polarização se torna um desafio adicional para as estratégias tradicionais.
Souza critica a atitude de candidatos que clamam pelo voto útil na véspera da eleição, atribuindo ao eleitor a responsabilidade por falhas de campanha, o que ele considera um reflexo da degradação do debate público na democracia brasileira. Ele ressalta que essa prática não apenas desvia a responsabilidade dos candidatos, mas também compromete a qualidade das discussões eleitorais, subestimando a capacidade do eleitor de analisar criticamente as propostas apresentadas.
Em relação à eficácia do apelo ao voto útil, o analista observa que, embora possa ser válido em determinados contextos, o eleitorado tem demonstrado resistência a apoiar candidatos sem um escrutínio mais profundo. A atual polarização política leva os eleitores a exigir mais clareza e confronto entre os candidatos, refletindo uma mudança no comportamento do eleitor que pode desafiar as estratégias convencionais nas campanhas eleitorais.