Kamala Harris, candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, adota uma estratégia diferente em sua campanha em comparação com Hillary Clinton, que enfrentou Donald Trump em 2016. Harris, que poderia se tornar a primeira mulher eleita presidente do país, evita destacar seu gênero ou identidade racial, optando por enfatizar suas qualificações e a promessa de governar para todos. Essa abordagem busca minimizar as divisões e incertezas entre os eleitores, especialmente aqueles que ainda estão indecisos sobre ter uma mulher na presidência.
Enquanto Clinton utilizou a ideia de quebrar o teto de vidro como um dos temas centrais de sua campanha, Harris parece deixar que sua identidade fale por si mesma, tocando em questões de gênero e raça de forma mais sutil. Embora a natureza histórica de sua candidatura não seja ignorada, a candidata se concentra em sua experiência e em como pretende atender às necessidades de todos os cidadãos. Observadores políticos destacam que essa estratégia pode ajudá-la a conectar-se com um eleitorado mais amplo, evitando o risco de alienar segmentos do público.
Além disso, a campanha de Harris ocorre em um contexto em que a participação feminina na política americana aumentou consideravelmente desde a derrota de Clinton. As eleições recentes mostraram um crescimento no número de mulheres candidatas e eleitas, o que sugere uma evolução na aceitação de lideranças femininas. Embora Harris enfrente desafios, como a proximidade nas pesquisas de intenção de voto com Trump, seu caminho até aqui reflete mudanças significativas na dinâmica política do país, onde a presença de mulheres em posições de liderança está se tornando cada vez mais normalizada.