A mesa de discussão da 22ª Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, trouxe à tona os diferentes processos criativos de três escritoras, que compartilharam suas experiências e inspirações na elaboração de romances. Carla Madeira, Silvana Tavano e Mariana Salomão Carrara destacaram que a criação literária frequentemente começa com uma ideia inicial ou uma “fagulha” que direciona o desenvolvimento da trama, sem um planejamento prévio. Mariana enfatizou a importância de ser sincero para encontrar a verdade por trás das histórias, enquanto Silvana mencionou que suas inspirações podem vir de sonhos ou documentários, como em sua obra que aborda questões climáticas.
O conceito de verdade na ficção também foi amplamente debatido, com as autoras ressaltando que a ficção pode apresentar verdades que ainda não se concretizaram. Carla e Mariana concordaram que a linguagem tem o poder de revelar o invisível, sendo um veículo essencial para a liberdade de expressão e criação. Silvana complementou que o tempo, uma temática recorrente em suas obras, age como um personagem fundamental, permitindo explorar o passado em busca de soluções para o futuro.
Outro aspecto discutido foi a escolha dos narradores nas histórias. Mariana, que utiliza objetos como narradores em seu trabalho, argumentou que essa abordagem oferece uma perspectiva única que poderia ser perdida em uma narração convencional. A questão da voz narrativa foi apontada como um dos maiores desafios para os escritores, com Carla defendendo que a escolha de personagens que trazem frescor à narrativa é crucial para engajar o leitor. O painel proporcionou uma rica reflexão sobre a criação literária, destacando a diversidade de abordagens e a profundidade das histórias contadas.