Em maio de 2024, o presidente da Caixa Econômica Federal anunciou que o banco atingiu o limite de sua capacidade de financiamento habitacional, levando a uma mudança nas regras de concessão de crédito. A partir de 21 de outubro, a instituição reduzirá a proporção financiada do valor do imóvel, passando de 80% para 70% no Sistema de Amortização Constante (SAC) e de 70% para 50% na Tabela Price. Além disso, a nova política exige que os compradores tenham uma entrada maior, aumentando de 20% para 30% no SAC, e até 50% na Tabela Price, restringindo o financiamento a aqueles que não possuem dívidas ativas na Caixa.
Os saques constantes da caderneta de poupança, que financia a maior parte dos empréstimos imobiliários no Brasil, têm impactado negativamente a oferta de recursos. A participação do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) caiu drasticamente, de 70% para menos de 34% nos últimos anos, devido a retiradas significativas que totalizam R$ 80 bilhões anuais. Com a Selic em patamares elevados, os custos para os consumidores aumentam, e os bancos precisam ser mais seletivos na concessão de crédito, criando um cenário em que o dinheiro disponível se torna mais caro.
Especialistas alertam que a escassez de recursos exigirá que o mercado imobiliário busque novas fontes de financiamento, como fundos de investimento e letras de crédito, que geralmente têm custos mais altos. Essa mudança pode impactar a demanda por imóveis, fazendo com que tanto bancos quanto consumidores reavaliem suas opções e simulem novas condições de financiamento. A falta de alternativas de captação a baixo custo pode deixar o consumidor diante de um cenário desafiador, com aumento nos custos do crédito imobiliário nos próximos anos.