O Café Arara, desenvolvido a partir de um cruzamento no Paraná, está transformando a cafeicultura no Brasil, destacando-se pela alta produtividade e qualidade sensorial. Em Restinga, São Paulo, Enison Lopes Ferreira Filho, um produtor rural da quarta geração, alcançou uma produção de 232 toneladas em 2023, com 70% dos grãos exportados para mercados internacionais. O Arara, frequentemente comparado ao famoso Geisha, tem atraído interesse tanto por sua resistência a doenças quanto por sua maturação tardia, permitindo uma janela de colheita mais ampla e maior rentabilidade aos produtores.
Desde sua descoberta, o Arara passou por um rigoroso processo de melhoramento genético na Fundação Pró-Café, onde pesquisadores trabalharam para aprimorar suas características desejáveis, como resistência a pragas e qualidade do grão. Os resultados demonstraram que a cultivar não apenas superou a produtividade de variedades tradicionais, mas também atingiu pontuações acima de 90 em competições internacionais de qualidade. Isso solidificou sua reputação entre os cafés especiais, contribuindo para a ascensão do estado de São Paulo no cenário nacional de cafeicultura.
Além da produção crescente, a cultivar Arara está alinhada com a tendência mundial de valorização de cafés especiais. Com 79,8% das áreas de cultivo no Brasil dedicadas à espécie arábica, o Arara se destaca por entregar um produto com características frutadas e encorpadas, sendo reconhecido nas principais competições do setor. Com a previsão de um aumento significativo na produção de cafés especiais até 2024, a variedade Arara desempenha um papel crucial na consolidação do Brasil como um dos principais produtores de cafés de alta qualidade no mercado internacional.