O município de Cabeceiras de Goiás, emancipado em 1958, nunca teve uma mulher à frente da prefeitura e, desde 2000, não elege uma vereadora. A única mulher a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal foi Sebastiana Pereira Cordeiro, eleita em 1996, que não conseguiu se reeleger nas eleições seguintes. A cidade, com uma população de aproximadamente 7.500 habitantes, tem visto uma predominância masculina nos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador por mais de duas décadas.
Nas eleições de 2024, o cenário se manteve com 58 candidaturas registradas, das quais 16 eram de mulheres, representando 31% do total. A candidata mais votada entre as mulheres, Cleide Alencar da Saúde, obteve 279 votos, mas não conseguiu uma vaga efetiva na Câmara, onde o partido dela elegeu três homens. A falta de participação feminina é evidenciada pelo histórico de candidaturas e pela dificuldade em atingir a cota mínima de 30% estabelecida pela legislação.
Além disso, a Justiça Eleitoral já havia identificado fraudes relacionadas à cota de gênero em eleições passadas, com candidaturas fictícias registradas para atender à exigência legal. Essa realidade ressalta os desafios enfrentados pelas mulheres na política local e a necessidade de medidas efetivas para promover uma representação mais equilibrada em Cabeceiras de Goiás.