Os brigadistas florestais no Brasil desempenham um papel essencial no combate às queimadas, enfrentando desafios significativos devido à falta de regulamentação da profissão. Atualmente, esses profissionais, que são contratados temporariamente pelo governo federal, recebem um salário mínimo de R$ 1.412, com um adicional de insalubridade de 20%. Em capitais como Brasília e Rio de Janeiro, a remuneração pode atingir até R$ 1.953, mas a categoria busca a regulamentação para aumentar salários e melhorar as condições de trabalho. A deputada Célia Xakriabá apresentou um projeto de lei que visa incluir assistência médica, psicológica e seguro de vida para os brigadistas, em resposta ao aumento da demanda provocada pela crise climática.
Os brigadistas atuam sob contratos temporários de até seis meses, sem possibilidade de prorrogação. Além do salário, eles recebem um auxílio-alimentação de R$ 1.000 e podem contar com auxílios para transporte e educação infantil. Até agosto, 1.907 brigadistas foram mobilizados, somando 2.728 profissionais do Ibama e do ICMBio envolvidos no combate a incêndios. A exigência do trabalho é alta, com turnos que podem chegar a 36 horas, e a profissão envolve riscos significativos, evidenciados pela recente perda de três brigadistas em serviço.
O combate a incêndios é uma atividade que exige grande dedicação e preparo, com requisitos como alfabetização e certificação de cursos de formação específicos. O brigadista Lucas Alves Maia, que atua na Chapada dos Veadeiros, exemplifica o comprometimento da categoria, participando anualmente de processos seletivos e recebendo diárias que variam entre R$ 335 e R$ 425. Sua experiência destaca a natureza imprevisível do combate a incêndios, onde mudanças climáticas súbitas podem criar situações perigosas.