O Brics, formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia e China, ganhou um novo membro em 2010 com a inclusão da África do Sul. Desde então, o grupo tem se concentrado em fortalecer o comércio e a cooperação entre seus países membros. Contudo, a geopolítica global tem mudado rapidamente, especialmente após a guerra na Ucrânia, que isolou a Rússia, aumentando a relevância do Brics como uma plataforma de apoio. Em 2023, as tensões na Ásia, especialmente em Taiwan e na Coreia, também elevaram o papel do bloco na política externa da China, que busca consolidar sua influência regional e global.
Durante a 15ª cúpula do Brics, realizada em agosto de 2023, houve uma significativa expansão do grupo com a inclusão de seis novos países: Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e, sob análise, Arábia Saudita. Embora a Argentina tenha inicialmente aceitado o convite, a nova administração rejeitou a proposta. Críticos apontaram que a inclusão de países com regimes autoritários contradiz a proposta de um bloco econômico. A expectativa é que as novas adesões ampliem a representação do Brics e fortaleçam suas economias, apesar das preocupações sobre a natureza dos regimes políticos dos novos membros.
As discussões sobre futuras expansões indicam um desejo de crescimento, com propostas para incluir até 30 países. Recentemente, novos convites foram feitos, incluindo nações africanas e asiáticas com potencial econômico significativo. A tendência aponta para um grupo com pouca representatividade democrática, reforçando a imagem do Brics como uma aliança de nações com governanças diversas e, em muitos casos, autoritárias. Assim, o Brasil se destaca como uma das poucas vozes a defender direitos humanos e práticas democráticas dentro do bloco, enquanto os Brics buscam cada vez mais um papel estratégico no cenário global.