Durante a cúpula do Brics na Rússia, o presidente da China e o primeiro-ministro da Índia expressaram o desejo de estabelecer um relacionamento mais harmonioso, após anos de tensões. Este encontro foi significativo, pois os líderes não se reuniam formalmente há cinco anos. O evento, que também teve como objetivo evidenciar a resiliência da Rússia diante das pressões ocidentais devido à guerra na Ucrânia, resultou em um comunicado final com projetos para facilitar o comércio entre os países do bloco, incluindo a proposta de um sistema de pagamento alternativo ao dólar.
A cúpula se deu em um contexto onde, recentemente, a Índia e a China chegaram a um acordo para resolver um impasse militar na fronteira do Himalaia. O presidente Xi Jinping enfatizou a importância de aprimorar a comunicação e a cooperação entre as duas nações, enquanto o primeiro-ministro Modi ressaltou a necessidade de manter a paz e a estabilidade nas fronteiras. Ambos os líderes reconheceram a relevância do entendimento mútuo para o desenvolvimento de suas relações, com Modi celebrando os avanços nas questões pendentes dos últimos quatro anos.
Além das discussões bilaterais, a cúpula do Brics abordou uma ampla gama de temas, desde geopolítica até tecnologia e preservação ambiental. Apesar da representatividade significativa do grupo, que abrange 45% da população mundial e 35% da economia global, especialistas expressaram ceticismo sobre a eficácia do Brics, especialmente em um contexto de divisões entre seus membros mais influentes. A cúpula ocorre em um momento crítico, coincidindo com reuniões do FMI e do Banco Mundial, onde as tensões globais e as perspectivas de cooperação continuam em debate.