Em um contexto global cada vez mais tenso, os Brics, sob a liderança de figuras como Putin e Xi Jinping, são vistos por especialistas como uma potencial aliança antiocidental, o que coloca o Brasil em uma posição delicada. Apesar de o país reconhecer os Brics como uma ferramenta importante para promover uma nova governança global, a manutenção de alianças com potências ocidentais continua sendo crucial. A presença do Brasil no bloco pode complicar a diplomacia com países ocidentais em relação a conflitos contemporâneos, como os da Ucrânia e Gaza.
Recentemente, novos países, incluindo Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos, aderiram aos Brics, aumentando as preocupações sobre a entrada de regimes não democráticos. A resistência do Brasil à inclusão de nações como Venezuela e Nicarágua reflete um esforço para preservar a integridade do bloco em termos de valores democráticos. Especialistas apontam que essa situação pode dificultar a operabilidade do grupo, já que uma maior diversidade de membros pode levar a discordâncias internas.
À medida que o Brasil se prepara para assumir a presidência do Brics no próximo ano, o foco será em temas prioritários como combate à fome e desenvolvimento sustentável. Entretanto, essa posição pragmática pode acarretar riscos, incluindo retaliações comerciais que afetariam a competitividade do país no mercado global. A busca por novas alianças, portanto, se apresenta como uma estratégia essencial, mas arriscada, para o Brasil diante das complexidades geopolíticas atuais.