A Cúpula dos Brics, realizada em Kazan, na Rússia, teve seu primeiro dia focado nas discussões sobre a reforma das instituições globais. De acordo com analistas, há um consenso entre os países membros sobre a necessidade de modernizar organizações como as Nações Unidas, uma vez que estas não têm conseguido enfrentar adequadamente desafios contemporâneos, como a guerra na Ucrânia, os conflitos no Oriente Médio e a crise alimentar.
No entanto, apesar do objetivo comum de promover reformas, existem divergências internas significativas no grupo. Enquanto países como Brasil, Índia e África do Sul defendem mudanças que mantenham os princípios democráticos, nações como Rússia e China tendem a buscar alternativas às instituições existentes. Essa divisão levanta preocupações sobre a possibilidade de os Brics se tornarem um bloco com uma postura antiocidental, especialmente com a crescente adesão de países considerados autocráticos, que buscam maior reconhecimento no cenário internacional.
O Brasil se destaca como um defensor da visão democrática dentro do bloco, colaborando com outros membros que apoiam a reforma das instituições globais sem abandonar os fundamentos democráticos. Essa posição pode influenciar a dinâmica do grupo e as futuras interações entre os membros, refletindo a complexidade das relações internacionais e os desafios que emergem no contexto atual.