Na manhã de terça-feira, 22 de outubro, os países do Brics se reuniram em Kazan, na Rússia, e firmaram um acordo sobre a lista de nações convidadas para a expansão do grupo. A Nicarágua e a Venezuela, que estão sob regimes considerados autoritários, foram excluídas da lista a pedido do governo brasileiro, enquanto Cuba e Bolívia foram convidadas. O novo grupo de países candidatos inclui Indonésia, Malásia, Uzbequistão, Casaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria, Uganda, Turquia e Belarus, com a decisão final a ser ratificada pelos líderes presentes a partir de quarta-feira.
Durante as negociações, o Brasil fez questão de bloquear a inclusão das ditaduras latino-americanas, refletindo uma estratégia de afastamento do governo Lula em relação a esses regimes. A presença inesperada de Nicolás Maduro em Kazan, que ocorreu após o fechamento do acordo, gerou surpresa entre os diplomatas brasileiros, mas a expectativa é que a decisão já tenha sido consolidada, dada a necessidade de consenso entre os membros do Brics. Os países selecionados não se tornarão membros plenos, mas formarão uma nova categoria de associação chamada “países parceiros”.
O Brasil também incluiu, como contrapartida nas negociações, um apelo por reformas no Conselho de Segurança da ONU, um tema que continua a ser relevante para a diplomacia brasileira. Apesar da oposição à entrada da Nicarágua e da Venezuela, as discussões abordaram a necessidade de um equilíbrio regional e uma agenda que respeite as normas internacionais. A expectativa é que a nova composição do Brics promova uma governança mais inclusiva, ao mesmo tempo que preserva a essência do grupo, que é composto por países com influência nas relações internacionais.