A Organização das Nações Unidas (ONU), através da Organização Marítima Internacional (IMO), estabeleceu uma estratégia global em 2023 visando zerar as emissões de gases do efeito estufa no transporte marítimo até 2050. Especialistas alertam que essa meta representa um grande desafio para todos os países, incluindo o Brasil, que deve se adaptar às novas normas internacionais. A necessidade de um plano nacional para a transição energética no setor marítimo foi destacada durante audiência pública, com ênfase na importância da coordenação entre diversas iniciativas governamentais.
A IMO regulamente as normas de navegação internacional, que devem ser seguidas por todos os países, inclusive o Brasil. Atualmente, 80% das cargas são transportadas por mar, mas o impacto das emissões do setor é relativamente baixo, representando apenas 3% do total global. A nova estratégia requer que, até 2050, haja uma redução significativa das emissões, com metas intermediárias de 20% a 30% até 2030 e de 70% a 80% até 2040. Para alcançar essas metas, o uso de combustíveis mais limpos e a descarbonização do setor são essenciais.
Para que o Brasil se destaque nessa transição, será necessário modernizar a infraestrutura portuária e logística, além de promover o uso de biocombustíveis e energias renováveis. O BNDES já se posicionou como um agente financeiro para apoiar projetos de descarbonização, e a criação de uma política integrada para o transporte marítimo sustentável está sendo discutida entre vários ministérios. A continuidade dessas discussões e o desenvolvimento de um plano coeso serão fundamentais para que o Brasil se adapte e aproveite as oportunidades que surgem com as novas exigências ambientais.