O chefe da assessoria especial da Presidência da República, Celso Amorim, defendeu que as autoridades venezuelanas estão fazendo acusações injustas ao Brasil em relação ao veto à adesão da Venezuela aos Brics. Em audiência na Comissão de Relações Exteriores, ele explicou que a decisão do bloco não foi ideológica, mas fundamentada na crença de que um país deve ter influência regional e capacidade de representar a região, o que, segundo Amorim, a Venezuela atual não possui. Ele enfatizou que a decisão não se tratou de um veto, mas de um consenso dentro do grupo.
Amorim também destacou o mal-estar nas relações entre Brasil e Venezuela, mencionando que o Brasil aceitou a inclusão de Cuba, mas não concordou com a adesão da Venezuela, e expressou a esperança de que as tensões se dissolvam com a normalização da situação política no país vizinho. O assessor enfatizou que o Brasil não reconhece o recente processo eleitoral que concedeu um novo mandato ao líder venezuelano, pois considera que não respeitou os princípios de transparência e direitos políticos.
Após as eleições, o Brasil começou a articular com outros países da região, como Colômbia e México, para promover maior transparência no processo eleitoral na Venezuela. Amorim esclareceu que a política brasileira se baseia na defesa dos princípios democráticos, na não ingerência em assuntos internos e na busca por soluções pacíficas para controvérsias. Ele reiterou que o Brasil reconhece Estados, e não governos, e que a manutenção de um canal de diálogo é essencial para influências positivas na região.