O Brasil está vivenciando uma transição de regime econômico marcada por juros contracionistas e uma redução do estímulo fiscal, o que gera um aumento nas incertezas. Paulo Picchetti, diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, expressou preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação e a pressão no mercado de trabalho, afirmando que a volatilidade e a incerteza aumentaram, tornando difícil prever os próximos passos da política monetária.
Picchetti destacou que as expectativas do mercado para a inflação têm se desviado da meta estabelecida, com previsões para 2025 se aproximando do teto. O boletim Focus do Banco Central aponta uma expectativa de inflação de 4,50% para este ano, ligeiramente acima da previsão anterior, e uma leve alta nas expectativas para 2025. Mesmo que as projeções internas do Banco Central indiquem uma inflação de 3,7% em 2025, o diretor acredita que os dados atuais não sustentam a afirmação de que os preços estão caminhando para a meta.
Apesar de um crescimento econômico que tem superado expectativas, Picchetti observou sinais de desaceleração nas vendas de bens e serviços. Para os próximos passos da política monetária, o Banco Central avaliará as expectativas de inflação, o mercado de trabalho, a evolução fiscal e a atividade econômica, reafirmando seu compromisso em controlar a inflação e assegurar a estabilidade econômica.