O Brasil inicia o período de chuvas com preocupações significativas em relação aos níveis de reservatórios, especialmente nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. As previsões do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais indicam que essas bacias hidrográficas devem enfrentar níveis de estiagem considerados excepcionais e extremos em outubro. A represa de Guarapiranga, em São Paulo, exemplifica a situação crítica, apresentando apenas um terço de sua capacidade total, refletindo uma redução acentuada em comparação aos níveis de 2014 e 2015, quando o estado passou por uma grave crise de abastecimento.
A escassez de água não afeta apenas o abastecimento urbano, mas também a geração de energia, uma vez que os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste estão com 41% da capacidade. Embora os níveis atuais sejam superiores aos de crises anteriores, ainda estão abaixo dos registrados em 2023. Especialistas alertam que o uso consciente da água é essencial, já que a combinação de chuvas abaixo da média ou na média em certas áreas pode não ser suficiente para garantir segurança hídrica no próximo ano. A diretora do Instituto Água e Saneamento enfatiza a importância de ações preventivas neste cenário.
Adicionalmente, a situação é agravada pela operação de usinas térmicas, que, apesar de atender à demanda energética, aumentam os custos devido ao uso de fontes mais poluentes. O Operador Nacional do Sistema Elétrico assegura que os percentuais estão dentro das expectativas, enquanto a empresa de saneamento de São Paulo destaca que melhorias na interligação do sistema tornaram-no mais robusto. Em meio a essas preocupações, medidas proativas se tornam fundamentais para evitar uma possível crise hídrica e energética nos próximos meses.