Nas eleições municipais de 2024, o Brasil registrou a eleição de 27 vereadores e vereadoras trans, uma queda em relação às 30 candidaturas eleitas em 2020. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reportou um total de 967 candidaturas trans registradas, das quais 26 eram mulheres trans e um homem trans. Apesar do número de eleitos ser inferior ao anterior, a comunidade LGBTQIA+ teve um aumento significativo em sua representação política, passando de 97 para 225 cargos entre prefeitos e vereadores. Esse avanço é considerado um passo importante para a visibilidade e os direitos das pessoas trans no país, que enfrenta altos índices de violência contra essa população.
A história da representatividade trans na política brasileira começou em 1992, quando Kátia Tapety se tornou a primeira transexual eleita. Desde então, o cenário político para as pessoas trans e travestis tem mudado lentamente. Thammy Miranda foi o primeiro homem trans a ser eleito em 2020 e, em 2024, foi reeleito vereador em São Paulo. A inclusão da identidade de gênero e orientação sexual nos registros eleitorais, promovida pelo TSE, é um marco que promete trazer maior visibilidade e dados concretos sobre a população trans no Brasil.
Um aspecto notável das eleições deste ano foi a diversidade nas candidaturas, refletida nas histórias de vários eleitos que se comprometem com causas sociais, direitos humanos e a defesa da comunidade LGBTQIA+. Os novos vereadores e vereadoras, como Natasha Ferreira e Mônica de Assis, expressaram suas intenções de lutar por igualdade de direitos e inclusão. Além disso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está preparando um censo para registrar a população trans, travesti e não-binária, o que pode trazer ainda mais clareza sobre a situação dessa comunidade no Brasil.