O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, destacou que o país é o único a ter aumentos de juros incorporados na curva de juros, durante uma palestra em Washington. Ele observou que, ao contrário do Brasil, muitos outros países estão antecipando um afrouxamento na política monetária, em resposta a um contexto econômico global em mudança. Campos Neto enfatizou a importância da influência do Federal Reserve dos Estados Unidos nas decisões de juros ao redor do mundo.
Campos Neto também abordou o estado do mercado de trabalho nos Estados Unidos, indicando que seu enfraquecimento ainda é marginal. Esse cenário econômico nos EUA é crucial para a evolução das taxas de juros, visto que uma recuperação ou desaceleração pode impactar diretamente a dinâmica monetária global. O presidente do BC ressaltou a correlação significativa entre a precificação dos juros nos mercados desenvolvidos e as tendências observadas nos Estados Unidos.
Por fim, o presidente do Banco Central enfatizou a relevância da transição verde, embora tenha apontado que esse processo é custoso e gera pressão inflacionária em nível global. A discussão sobre como a sustentabilidade se entrelaça com a política monetária é cada vez mais pertinente, especialmente à luz dos desafios econômicos enfrentados por diversos países, incluindo o Brasil.