O deputado Guilherme Boulos (PSOL) está intensificando sua campanha para a prefeitura de São Paulo no segundo turno, buscando conquistar o eleitorado de Pablo Marçal (PRTB), que obteve 1,7 milhão de votos no primeiro turno. Para isso, Boulos promete incorporar propostas que dialoguem com esse segmento e adotar um tom mais enérgico, alinhado ao seu discurso de mudança. No entanto, a mais recente pesquisa do Datafolha indica que a estratégia não trouxe resultados positivos, mantendo Boulos com 33% das intenções de voto, enquanto o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) lidera com 51%.
Apesar de sua retórica de mudança, Boulos enfrenta o desafio de conquistar eleitores que se mostraram descontentes com a política tradicional. Ele se posiciona como um candidato opositor, fazendo críticas à gestão de Nunes e destacando a necessidade de transformação na administração pública. Durante a campanha, Boulos tem aumentado seus ataques ao atual prefeito, incluindo acusações sobre sua relação com questões controversas.
O cientista político Bruno Schaefer avalia que, embora as tentativas de Boulos sejam válidas, elas têm apresentado pouco impacto nas pesquisas, especialmente porque Marçal já direcionou sua crítica ao deputado. A rejeição a Boulos também preocupa, uma vez que, apesar de sua estratégia agressiva, isso pode dificultar ainda mais a transferência de votos de eleitores insatisfeitos. Por sua vez, Nunes mantém uma postura mais cautelosa, evitando críticas diretas a Marçal e se comprometendo a avaliar quais propostas de seu adversário podem ser incorporadas à sua gestão, caso seja reeleito.