A Boeing anunciou que planeja demitir cerca de 10% de sua força de trabalho, totalizando aproximadamente 17 mil funcionários, como parte de suas medidas para enfrentar perdas financeiras contínuas e os efeitos de uma greve que paralisou a produção de seus principais modelos de aviões. O novo CEO, Kelly Ortberg, informou em um memorando que os cortes afetarão executivos, gerentes e funcionários, enquanto a empresa também suspenderá férias temporárias rotativas e adiará o lançamento do novo avião 777X para 2026.
Desde 2019, a Boeing acumula perdas superiores a US$ 25 bilhões, com cerca de 33 mil mecânicos sindicalizados em greve desde 14 de setembro. As negociações recentes não resultaram em um acordo, e a empresa enfrentou uma queixa de práticas trabalhistas injustas. Além das demissões, a Boeing divulgou um relatório preliminar do terceiro trimestre, que mostrou uma perda de US$ 1,3 bilhão, com um prejuízo significativo por ação, superando as expectativas de analistas do setor.
O contexto atual é desafiador, pois a greve impactou diretamente o fluxo de caixa da empresa, prejudicando as entregas e a produção dos modelos mais vendidos, como o 737 Max. A administração da empresa reconhece a necessidade de mudanças estruturais para garantir a competitividade e a entrega eficiente de produtos no longo prazo. A companhia, que enfrenta um aumento na fiscalização por parte das autoridades reguladoras, busca reverter sua situação financeira e operacional, após uma série de dificuldades e críticas em sua trajetória recente.