A Boeing, fabricante de aviões americana, anunciou a redução de 10% de sua força de trabalho global, equivalente a 17 mil empregos, em resposta a perdas financeiras significativas no setor de defesa e aos impactos de uma greve que paralisou a produção de diversos modelos de jatos. O CEO da empresa, Kelly Ortberg, destacou a necessidade de alinhar os níveis de força de trabalho com a realidade financeira atual, especialmente após a paralisação de um mês que afetou 33 mil trabalhadores na Costa Oeste dos EUA.
Além dos cortes de pessoal, a Boeing também informou que a entrega do jato 777X, anteriormente programada, será adiada para 2026 devido a desafios no desenvolvimento e interrupções nas operações. A empresa já enfrentava atrasos com a certificação do modelo, o que complicou ainda mais o cronograma de lançamentos. Em um comunicado, Ortberg reiterou que a Boeing está tomando decisões estratégicas para lidar com os desafios atuais e restaurar a estabilidade financeira.
No contexto financeiro, a Boeing projeta uma receita de US$ 17,8 bilhões e uma perda por ação de US$ 9,97 para o terceiro trimestre de 2024, além de um fluxo de caixa operacional negativo de US$ 1,3 bilhão. A empresa também planeja encerrar o programa de aeronaves cargueiras 767 até 2027, após concluir as entregas dos pedidos restantes. A agência de classificação S&P avaliou que a greve pode custar até US$ 1 bilhão por mês à Boeing, ressaltando a urgência de resolver a paralisação para preservar sua classificação de crédito.