A BHP está sendo acusada de tentar evitar a responsabilidade pelo colapso da barragem de Mariana, ocorrido em 2015, em um julgamento que pode resultar em indenizações de até 36 bilhões de libras. Este desastre ambiental afetou mais de 600 mil pessoas e poluiu o Rio Doce, levando à morte de 19 indivíduos e deixando milhares de desabrigados. O processo, que é considerado um dos maiores da história jurídica inglesa, começou nesta segunda-feira em Londres, com os advogados dos requerentes afirmando que a mineradora está agindo de forma cínica ao contestar sua responsabilidade.
Durante a audiência, a BHP argumentou que não era proprietária ou operadora da barragem e que uma subsidiária brasileira detinha apenas 50% da Samarco, que gerenciava a estrutura. A empresa também defendeu que não tinha conhecimento da instabilidade da barragem antes do colapso e que não havia qualquer obrigação legal que a responsabilizasse pela segurança da instalação. No entanto, os advogados dos reclamantes ressaltaram que as ações da BHP demonstram uma resistência em assumir a responsabilidade, enquanto a mineradora já teria desembolsado cerca de 8 bilhões de dólares em compensações até o momento.
O julgamento de 12 semanas também abordará questões sobre a legitimidade das ações de municípios brasileiros e o impacto de possíveis acordos de compensação discutidos entre a BHP, a Vale e a Samarco. Representantes dos reclamantes expressaram que as vítimas do desastre não estão satisfeitas com os termos propostos e desejam continuar com o processo judicial para responsabilizar a mineradora de forma adequada.