O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, destacou que a decisão de iniciar um ciclo de ajuste monetário por meio de aumentos graduais na taxa de juros se deve às incertezas econômicas atuais. Em evento realizado em Washington, o banqueiro central mencionou que a alta inicial de 0,25 ponto percentual da Selic foi adotada devido à volatilidade do cenário econômico. Ele enfatizou que o Banco Central optou por não antecipar seus próximos passos, mantendo uma postura dependente dos dados disponíveis.
Campos Neto reforçou a importância de alinhar a inflação à meta de 3%, enquanto observa um aumento nos prêmios de risco e deterioração da inflação implícita no Brasil. Ele ressaltou que o cenário externo também apresenta desafios, citando as discussões nas eleições dos Estados Unidos que indicam uma inflação elevada e uma incerteza crescente em relação à expectativa de cortes nas taxas de juros por lá.
Na avaliação do presidente do BC, a economia americana deve passar por um “pouso suave”, embora com um grau considerável de incerteza. Ele também comentou sobre a situação na Europa, onde a inflação está em queda, mas o crescimento econômico também apresenta desaceleração. Essa combinação de fatores requer uma vigilância cuidadosa por parte do Banco Central, à medida que busca equilibrar os objetivos de controle da inflação e de sustentação do crescimento econômico.