O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a divisão ocorrida durante a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em maio não foi influenciada por questões políticas. Em evento com investidores em Washington, ele destacou que a divergência de votos, onde diretores indicados pelo governo propuseram um corte maior nos juros, foi motivada por aspectos técnicos e não por pressões externas. Campos Neto enfatizou que, apesar da falta de consenso, a autonomia do Banco Central permitiu a elevação da taxa de juros mesmo em um ano eleitoral.
Durante sua fala, o presidente do BC reconheceu que essa experiência mostrou a importância do consenso entre os membros do Copom, especialmente no curto prazo, para evitar danos ao processo decisório. Ele salientou que as discussões internas devem ser baseadas em fundamentos técnicos, ressaltando que, quando há divisões, estas não devem ser confundidas com conflitos políticos.
Além disso, Campos Neto reforçou a necessidade de uma comunicação clara e eficaz sobre as decisões do Banco Central. Ele acredita que, ao explicar os motivos por trás de suas ações, a instituição pode conquistar a confiança do mercado, assegurando que as medidas necessárias para controlar a inflação serão implementadas.