O diretor de Política Econômica do Banco Central afirmou que não há sinais de dominância fiscal no Brasil, um cenário em que a instituição não poderia aumentar os juros devido ao impacto sobre a dívida pública. Guillen enfatizou que o Banco Central brasileiro atua de forma proativa e não passiva, o que contraria a possibilidade de dominância fiscal no país. Ele apresentou um estudo que discute como anúncios fiscais influenciam a curva de juros e as condições financeiras, destacando que políticas fiscais mais restritivas podem, em algumas situações, ter efeitos inflacionários.
Durante sua fala, Guillen também abordou a adoção da meta de inflação contínua, que se estabelece em 3% com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Segundo ele, essa medida ajudou a estabilizar as expectativas de inflação no Brasil. No entanto, ele reconheceu que essas expectativas se alteraram recentemente, principalmente devido a uma percepção diferente da política monetária e fiscal no primeiro semestre do ano.
Por fim, Guillen ressaltou que alguns fatores têm impactado as expectativas de inflação e a desancoragem delas é uma preocupação atual. A análise realizada pelo Banco Central aponta que, embora as expectativas tenham se ajustado, o contexto inflacionário permanece desafiador e exige atenção contínua das autoridades econômicas.