O diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central (BC), Paulo Picchetti, destacou, em evento com investidores, que a instituição continuará a monitorar a evolução do cenário econômico antes de tomar decisões sobre a política monetária e a taxa de juros. Ele enfatizou a importância de um aumento gradual na Selic, permitindo que o BC avalie a situação conforme as incertezas se dissipam. Picchetti também mencionou que a política fiscal será um fator importante a ser considerado na definição do ritmo e da duração do ciclo de alta dos juros.
Picchetti apontou que, embora a política fiscal atual tenha mostrado uma tendência de ser menos expansionista, isso poderá impactar a economia, que já apresenta sinais de desaceleração. No entanto, ele não acredita que essa desaceleração resultará em uma recessão. A análise do diretor sugere que, mesmo com um crescimento econômico acima do potencial, o BC pode revisar suas estimativas sobre o PIB potencial e a taxa de juros neutra, se necessário.
Além disso, Picchetti observou que os prêmios de risco, que têm influenciado as expectativas do mercado, são significativos nas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom). Ele ressaltou uma aparente inércia nos números recentes da inflação, que pode estar afetando as expectativas do mercado, o que requer atenção cuidadosa por parte do Banco Central.