Nas recentes reuniões de política monetária, o Banco Central (BC) tem optado por não estabelecer um ritmo claro para o ajuste das taxas de juros, uma estratégia que gerou desconforto no mercado financeiro. Em um encontro com investidores do UBS, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, destacou que o Comitê de Política Monetária (Copom) considera a atual volatilidade do cenário econômico e as incertezas como razões para evitar previsões firmes. Ele enfatizou a importância de se adaptar às circunstâncias, afirmando que um guidance inflexível poderia ser prejudicial.
A política monetária sob a liderança de Campos Neto tem sido marcada por uma alta expressiva na taxa Selic, que atingiu 13,75% ao ano em agosto de 2022, e por um recente ciclo de cortes que foi interrompido e retomado, colocando a Selic atualmente em 10,75%. Campos Neto explicou que as decisões do BC são baseadas em uma análise contínua de diversas variáveis e que a comunicação clara e transparente sobre essas decisões é crucial para a credibilidade da instituição.
O presidente do BC também abordou a pressão inflacionária, destacando o crescimento da economia e o aquecimento do mercado de trabalho como fatores que impactam a inflação. Ele mencionou que um prêmio de risco elevado no Brasil preocupa a instituição, pois isso pode afetar as expectativas inflacionárias. Campos Neto reafirmou a disposição do BC em aumentar as taxas de juros, se necessário, para manter a inflação dentro das metas estabelecidas, sempre buscando comunicar suas decisões de maneira confiável.