O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, afirmou que, embora haja uma percepção de que a economia está crescendo acima de seu potencial, as decisões de política monetária não são tomadas de forma mecânica com base nas estimativas do hiato do produto. Ele destacou que essa variável, que não é facilmente observável, apresenta grande incerteza e requer uma análise mais aprofundada antes de qualquer conclusão.
Campos Neto também mencionou que, apesar de alguns indicadores sugerirem uma desaceleração no mercado de trabalho, é prematuro afirmar que isso está impactando a inflação de serviços. O presidente do BC enfatizou que a instituição ainda está avaliando como as condições do mercado de trabalho podem influenciar a inflação, evidenciando a necessidade de cautela nas interpretações desses dados.
Além de abordar a desaceleração econômica prevista para o segundo semestre e seu efeito estatístico, Campos Neto reafirmou o compromisso do Banco Central com a meta de inflação de 3%, observando que os índices atuais estão bem acima desse objetivo. Ele ressaltou que a missão do BC é trabalhar para trazer a inflação de volta à meta, sem entrar no mérito das expectativas do mercado sobre os prêmios de risco.