O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou que não há indícios de dominância fiscal no Brasil, o que ocorreria se a autoridade monetária estivesse impedida de aumentar os juros devido ao impacto sobre a dívida pública. Guillen destacou que, para haver dominância fiscal, seria necessário que o banco central atuasse de forma passiva, o que, segundo ele, não é o caso atual. Em um evento realizado em Washington, DC, ele apresentou um estudo sobre como anúncios fiscais influenciam a curva de juros e suas repercussões nas condições financeiras.
Durante sua apresentação, Guillen ressaltou que, em algumas situações, políticas fiscais mais restritivas podem, paradoxalmente, resultar em pressões inflacionárias. Ele também abordou a recente adoção de uma meta de inflação contínua no Brasil, com um centro de 3% e uma tolerância de 1,5 ponto percentual, que, segundo ele, ajudou a ancorar as expectativas do mercado, embora tenha havido variações nas percepções de política monetária ao longo do ano.
Por fim, o diretor do BC mencionou que a incerteza em torno da meta de inflação foi dissipando-se, embora as expectativas de inflação tenham aumentado em função de mudanças nas condições inflacionárias e percepções sobre a política fiscal e monetária. Guillen enfatizou a importância de monitorar as expectativas de inflação e os fatores que podem levar à desancoragem dessas expectativas.