O diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti, afirmou que a instituição não possui dados suficientes para prever o ritmo, a extensão ou o orçamento do ciclo de alta da taxa Selic em um ambiente de incertezas econômicas. Durante um evento promovido pela XP Investimentos, em Washington, Picchetti destacou que o compromisso do Banco Central é garantir a convergência da inflação em direção à meta de 3%, reforçando que as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) serão baseadas nas expectativas econômicas e na evolução da atividade.
Picchetti também expressou dúvidas sobre o grau de desaceleração da atividade econômica no segundo semestre de 2024, embora tenha mencionado projeções de crescimento em torno de 3% para o próximo ano. O diretor ressaltou que as incertezas em relação ao cenário externo e os riscos fiscais têm contribuído para a manutenção de expectativas inflacionárias elevadas, o que dificulta uma previsão mais clara sobre o futuro.
Além disso, Picchetti comentou sobre a falta de certezas em relação ao ritmo e orçamento de cortes de juros por outros bancos centrais, especialmente o Federal Reserve dos Estados Unidos. Apesar das dificuldades, ele acredita que há espaço para que a inflação comece a convergir em direção à meta ao longo do tempo, destacando a importância de monitorar as condições econômicas e as expectativas do mercado.