O diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti, declarou que a preocupação do mercado em relação à política fiscal do Brasil tem se refletido em prêmios na curva de juros futuros. Ele destacou que o risco fiscal é um fator fundamental que justifica a elevação da taxa Selic, que atualmente supera as taxas básicas de juros de economias desenvolvidas e de muitos países emergentes. Essa diferença indica uma percepção de risco maior entre os investidores.
Picchetti também mencionou que a taxa neutra de juros no Brasil é superior àquela observada em outras economias, o que evidencia a tensão em torno dos desenvolvimentos fiscais do país. Essa situação tem gerado incertezas que afetam o ambiente de investimento, levando os agentes de mercado a questionar a sustentabilidade das políticas fiscais atuais.
As declarações foram feitas durante um encontro com investidores promovido pela XP Investimentos, que ocorreu durante as reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington. O diretor enfatizou a importância de entender esses fatores para captar as dinâmicas que influenciam as decisões de política monetária e o comportamento dos mercados financeiros.