O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, destacou que as reformas econômicas implementadas nos últimos anos provavelmente contribuíram para o aumento do crescimento potencial do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Embora ele reconheça a dificuldade de quantificar esse impacto, acredita que as mudanças têm impulsionado a economia, especialmente em um contexto afetado pela pandemia. Guillen fez essas declarações durante um evento do banco Citi em Washington DC.
Além das reformas, Guillen apontou que o estímulo fiscal desempenha um papel importante na resiliência do consumo no Brasil, afetando diretamente a demanda agregada. Ele mencionou que, mesmo diante de expectativas de uma redução no impulso fiscal, será essencial monitorar como isso ocorrerá para entender seus efeitos sobre a inflação. O diretor também comentou sobre a importância da composição dos gastos fiscais e como certas despesas podem ter um multiplicador fiscal mais efetivo do que outras.
Por fim, Guillen abordou a relação entre a política fiscal e a curva de juros, sugerindo que, mesmo com uma postura fiscal mais contracionista, ainda podem ocorrer pressões inflacionárias, especialmente devido a alterações na taxa de câmbio. Ele também observou a sazonalidade da política fiscal, destacando que há mais estímulos na primeira metade do ano e uma diminuição na segunda. Essa dinâmica, segundo ele, reflete mais uma mudança sazonal do que uma alteração estrutural na postura fiscal do governo.