A companhia aérea Azul anunciou um acordo com arrendadores de aeronaves e fabricantes de equipamentos, envolvendo a troca de aproximadamente R$ 3 bilhões em obrigações de dívida por até 100 milhões de novas ações preferenciais. O anúncio, feito na noite de segunda-feira (7), resultou em um aumento significativo de mais de 15% no valor das ações da empresa na bolsa de valores brasileira na terça-feira (8). Esse movimento busca substituir um acordo anterior que previa o pagamento trimestral da dívida por meio da emissão de ações a um preço fixo de R$ 36, o que era considerado um fardo para a companhia.
Com a nova estrutura proposta, 92% das obrigações existentes serão convertidas em ações, proporcionando uma alívio financeiro que poderá fortalecer a geração de caixa da empresa. A ação da Azul estava cotada a R$ 5,75 no fechamento da segunda-feira, o que indicaria que a nova emissão poderia representar um valor de R$ 575 milhões se realizada na data. A empresa ainda se encontra em negociações com os detentores dos 8% restantes das obrigações.
Analistas do JPMorgan comentaram que a emissão das novas ações pode causar uma diluição de cerca de 23% para os acionistas, dentro das expectativas previamente estabelecidas de uma diluição entre 20% e 25%. A análise destaca que o acordo ajuda a aliviar as pressões sobre a empresa, reduzindo a possibilidade de um pedido de recuperação judicial. A recomendação do banco para os papéis da Azul permanece neutra, indicando um monitoramento contínuo da situação financeira da companhia.