A distribuição de energia elétrica no Brasil enfrenta desafios significativos, com apenas 1% das redes sendo subterrâneas, de acordo com um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada. Embora o Rio de Janeiro se destaque com 11% de fiação subterrânea e São Paulo com 7%, a maior parte das cidades ainda depende de uma vasta rede aérea, sujeita a interrupções devido a intempéries e vandalismo. Especialistas discutem a viabilidade da implementação de redes subterrâneas, que já são comuns em grandes cidades como Nova York e Londres, apontando suas vantagens em termos de confiabilidade e estética urbana.
Entretanto, a transição para esse sistema apresenta desvantagens significativas, como os altos custos de implantação, que podem ser até oito vezes superiores em comparação à fiação aérea, e a manutenção mais complicada devido à dificuldade em localizar falhas. Apesar da maior parte da fiação em Brasília ser subterrânea, a cidade ainda sofre com apagões, evidenciando que esse sistema não é uma solução definitiva para a falta de energia. Os especialistas ressaltam que, embora as redes subterrâneas sejam tecnicamente ideais, sua implementação precisa ser economicamente viável e focada em áreas de maior densidade populacional.
A discussão sobre a modernização da infraestrutura elétrica também abrange o investimento em tecnologias que melhorem a rede aérea existente. A adoção de redes inteligentes e o uso de inteligência artificial são apontados como formas de diagnosticar e resolver problemas na distribuição de energia. Contudo, o desafio é implementar essas soluções em um país com mais de 50 milhões de postes, onde a evolução das tecnologias será gradual e dependerá do comprometimento das distribuidoras de energia em realizar novos investimentos.