Nos últimos anos, os estabelecimentos de saúde no Brasil, tanto públicos quanto privados, têm avançado na digitalização, com 92% deles adotando sistemas eletrônicos. Entre 2023 e 2024, esse índice aumentou em 5 pontos percentuais. No entanto, a pesquisa TIC Saúde 2024, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, aponta um desafio significativo: apenas 23% dos médicos e enfermeiros receberam formação ou treinamento em tecnologia no último ano, o que evidencia a necessidade de melhorar a capacitação desses profissionais para lidar com as novas ferramentas digitais.
Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), a digitalização foi ainda mais pronunciada, com a adoção de sistemas eletrônicos passando de 89% para 97%. A maior informatização possibilitou a disponibilização de dados em formato digital, como informações sobre vacinas, históricos de pacientes e dados de admissão e alta. Além disso, cerca de um terço das unidades oferece serviços de telessaúde, incluindo agendamentos online e teleconsultas, destacando a continuidade do uso da tecnologia na saúde após a pandemia de Covid-19.
O estudo também observou que o uso de inteligência artificial (IA) na saúde ainda é incipiente, com apenas 4% dos estabelecimentos utilizando a tecnologia para automatização de processos. As ferramentas de IA Generativa, como ChatGPT e Bard, foram utilizadas por 63% dos estabelecimentos, refletindo um potencial ainda não explorado nessa área. A pesquisa entrevistou 2.057 gestores e 2.021 profissionais de saúde em todo o Brasil entre fevereiro e agosto de 2024, revelando tanto avanços na digitalização quanto a necessidade urgente de capacitação profissional para acompanhar essas transformações.