Um levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) aponta que o Brasil quase dobrou a quantidade de médicos nos últimos 14 anos, passando de 304 mil, em 2010, para cerca de 576 mil, em 2024. Apesar do aumento geral, o estudo Demografia Médica no Brasil destaca que não houve diminuição no número de médicos em nenhum estado, porém, existem disparidades significativas na distribuição entre diferentes regiões. Estados economicamente mais desenvolvidos, como o Distrito Federal e Rio de Janeiro, apresentam uma maior densidade de médicos por mil habitantes, enquanto regiões mais carentes, como o Amazonas e Maranhão, enfrentam escassez de profissionais de saúde.
O levantamento também revela que as capitais concentram uma proporção desproporcional de médicos em relação à sua população. Enquanto as capitais representam 23% da população do país, elas reúnem 52% dos médicos. Em contraste, os municípios do interior, que abrigam 77% da população, dispõem de apenas 48% dos médicos. A cidade de Vitória, no Espírito Santo, destaca-se com a maior taxa de médicos por mil habitantes, enquanto Roraima exemplifica a concentração extrema de médicos em sua capital, Boa Vista.
O presidente do CFM, José Hiran Gallo, enfatiza a necessidade de políticas públicas que promovam a redistribuição dos médicos pelo Brasil, visando reduzir as desigualdades no acesso à saúde. Ele destaca a importância de desenvolver uma política robusta de recursos humanos voltada para o Sistema Único de Saúde (SUS), além da criação de incentivos para atrair e fixar profissionais em áreas com maior dificuldade de provimento, o que é essencial para garantir uma assistência de saúde equitativa para todos os cidadãos.