A produção de cocaína na Colômbia cresceu 53% em 2023, alcançando um total de 2.600 toneladas, segundo um relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). A área destinada ao cultivo da folha de coca também aumentou, chegando a 253.000 hectares, o que representa um crescimento de 10% em relação ao ano anterior. Esses índices são os mais altos registrados pela ONU desde 2001, destacando a concentração das plantações em regiões de alta produtividade, onde a produção por hectare duplicou em comparação a dois anos atrás.
Desde 2014, a Colômbia enfrenta uma tendência de aumento na produção de coca, apesar das iniciativas para combater o narcotráfico. O presidente propôs uma abordagem alternativa que prioriza a prevenção do consumo, incluindo planos para a compra estatal da colheita de coca, visando oferecer alternativas para os agricultores. Regiões como Cauca e Nariño foram as que mais ampliaram suas áreas de cultivo, com o controle dessas plantações por grupos dissidentes.
Além disso, uma parte significativa das plantações de coca está em terras de comunidades afrodescendentes, com 20% da área total ocupada. Grupos armados continuam a se beneficiar do narcotráfico, criando um cenário complexo e fragmentado. Um estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) indicou que 60% dos cultivadores de coca o fazem devido à falta de alternativas econômicas. Isso ressalta a necessidade de políticas que ofereçam opções sustentáveis para os agricultores, reduzindo a dependência do cultivo de coca e suas consequências.