Nos últimos dias, o Brasil registrou mais de 2,3 mil focos de incêndio, totalizando 226,6 mil ocorrências em 2024, conforme dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esse número representa um aumento alarmante de 76% em comparação ao mesmo período do ano anterior. A Amazônia é a região mais afetada, concentrando 49,4% dos focos, seguida pelo Cerrado com 32,1%. O Pantanal, apesar de ter apenas 6% do total, viu um crescimento exponencial de 1.240% nos incêndios em relação ao ano passado.
As previsões meteorológicas indicam que, embora haja alertas de chuvas intensas nas áreas do Pantanal e da Amazônia, a região Norte do Brasil enfrentará um período de seca até dezembro, com umidade do solo abaixo da média histórica. O estado do Pará lidera os registros de focos de calor, seguido pelo Mato Grosso e pela região do Matopiba, onde a baixa umidade aumenta o risco de novos incêndios florestais. A atuação governamental inclui 3.732 profissionais e 28 aeronaves mobilizadas para combater os incêndios em áreas críticas.
Além das chamas, a situação hídrica também é preocupante, com a Agência Nacional das Águas e Saneamento Básico (ANA) declarando escassez nos rios Madeira e Purus, entre outros. Os níveis dos rios estão em mínimas históricas, isolando comunidades e afetando a vida local. O Rio Paraguai, por exemplo, ultrapassou recordes anteriores, evidenciando a gravidade da situação e a necessidade de medidas eficazes para enfrentar tanto os incêndios quanto os desafios hídricos enfrentados pela região.