A produção de cocaína na Colômbia alcançou um recorde de 2,6 mil toneladas em 2023, representando um aumento de 53% em relação ao ano anterior, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado recentemente. As plantações de folha de coca ocuparam 253 mil hectares, um crescimento de 10% em relação a 2022. Esse é o maior nível registrado desde que a ONU começou a monitorar a situação em 2001. A região de Cauca e Nariño, onde a produtividade é elevada, apresenta a maior concentração de cultivos, controlados por grupos armados que perpetuam o narcotráfico na área.
Apesar das políticas de erradicação e da guerra às drogas, a tendência de aumento na produção de cocaína se mantém desde 2014. O governo atual propõe uma mudança de abordagem, priorizando a prevenção ao uso de drogas e buscando alternativas econômicas para as comunidades rurais, que frequentemente dependem do cultivo de coca. O presidente Gustavo Petro considera a guerra às drogas um fracasso e defende a implementação de uma política de compra estatal da colheita de coca, embora detalhes sobre sua execução ainda não tenham sido divulgados.
O relatório da ONU destaca a complexidade do panorama criminal na Colômbia, onde grupos armados se proliferam, financiados por atividades ilícitas como narcotráfico e mineração ilegal. A situação é agravada pela falta de alternativas econômicas, com cerca de 60% dos cultivadores de coca afirmando que a plantação é sua única opção viável. Com o apoio de iniciativas internacionais, o governo dos Estados Unidos também busca uma abordagem mais holística para lidar com o problema das drogas na região.